Elisa di Minas

Elisa di Minas

segunda-feira, setembro 15, 2008

Cap II

Nessa luta entre ser ou não ser, me vi envolvida com afazeres de extrema burocracia. Tudo trazia envolvimento com papéis, assinaturas, carimbos, datas, normas, etc, etc, etc. Eta burocracia danada, tirava meu tempo das coisas que eu sentia serem importantes para o crescimento dos envolvidos em minha nova estação. Os olhares de medo, revolta, submissão, drogas, prostituição, estavam ali, bem à minha frente, mas eu tinha, era obrigada a correr com papéis, papéis, papéis, assinaturas, assinaturas, carimbos, carimbos...ninguém aguenta!!!!!

terça-feira, setembro 02, 2008

Existe um dia...

Cap 1 - Existe um dia na vida da vida de todo mundo. Não poderia ser diferente comigo, uma mineira qualquer, mais feia que briga de foice no escuro,nascida numa cidadezinha encantada, coberta de montanhas e rodeada de ipês amarelos, que tem como sonho viver o suficiente para usufruir do mundo no dia em que todos entenderem que o respeito, o carinho, o amor e a afetividade são caminhos pelos quais passamos, mas passamos de maneira verdadeira, forte, vivente, carregada de sentidos. Um dia, lá para traz no tempo , um professor me disse:”mineira, o mundo não ta preparado ainda pra você, vai com calma ”, eu matutava sobre aquela frase, e achava meu professor meio doido, meio que louco, meio alienado de tudo. Acabei esquecendo as falas de meu mestre e segui os trilhos que a vida me ofereceu. Até que um dia o maquinista desviou meu rumo e me mandou descer em nova estação. Uma estação cercada de verde, em uma pedra cortada em forma de cruz, com sabiás que cantavam no amanhecer do dia. Uma estação com gente de olhar cabisbaixo , pedindo por socorro. Nessa estação eu desci, olhei bem, com esse meu olhar meio torto e míope, pedi proteção ao mundo, respirei fundo e aceitei o desafio de navegar numa estação desconhecida, com trilhas ainda não desbravadas, cheias de atalhos desconhecidos...Assim dei meu primeiro passo, meu primeiro pisar na nova estação.

quinta-feira, julho 24, 2008

cem poesias

Sentada, quase de cara no teclado, tento entender essa noite...nem sei se é diferente ou igual a tantas que ja vivi, mas não to preocupada com isso, to é enjaulada de vontade escrever e quando bate essa vontade, sai de perto mundo, não me preocupo com nada. Nem com o que meus dedos escolhem, dou a eles a liberdade total, assim como sempre dei a minha alma e meu coração (e eles se fuderam por isso). E eles (dedos)batem demais, não querem parar nunca! Credo, devem ser loucos! Loucos! O que seria a loucura? (que mania meu cérebro tem de interromper os dedos). Ah, a loucura é a coisa mais maravilhosa, mais deliciosa, mais empolgante que podemos viver. Afinal todo louco é louco, e ninguém liga pro que ele diz(adoro quando ninguém liga pro que eu digo, falo, escrevo, canto, penso, rumino, vomito)...então, sô louca, ou será que desejo a loucura, acima de tudo que vivo? Não sei! Puta que pariu (quem?) quando eu pegar o vagão solitário da morte, meu teclado cantará sozinho e fará cem poesias de minha partida...(preciso de um hospício, logo, logo!)

segunda-feira, junho 16, 2008

De tanto ouvir sobre LINGUAS

“Só existe língua se houver ser humano que a fale”. Realmente.
Mas sabe que confabulando com meus botões, devo dizer que a língua faz parte do ser humano naturalmente. Ele nasce possuído do poder que ela demonstra sobre ele. Afinal, nada melhor que uma língua.... Já pensou na não existência da língua? Não? Pois pense. Com certeza descobrirá o quanto o mundo ficaria intragável sem ela. Imagine um beijo sem língua....Seria muito chato, muito morno, muito banal. Imagine a não existência de salivas se encontrando, gerando aquela fenomenal sensação de gostosura, de tesão. Como náufragos as línguas se encontram, se tocam, se desejam e enlouquecem, Crescem, dominam, transformam momento. Se agigantam. No encontro de línguas, nada melhor que o silêncio. As mãos falam nessa hora. E como falam! E sem a necessidade do olhar, as mãos seguem percorrendo caminhos inimagináveis. E as línguas, ousadas, se esquecem das diferenças. Se esquecem de toda e qualquer diferença existencial. Não existe dominante, nem dominado. Somente desejos...Mas (meus botões sussurrando) nesse tocar de línguas, até que o domínio é positivo, é empolgante, é sensacional. Sabe aquela mordida vagarosa, que de repente, torna-se dominadora, fenomenal? Huuummm...nada melhor que o domínio “lingüístico”..sentimos nossa língua presa, enjaulada entre dentes, mascada, mordida, quase que apunhalada. E nascemos pro gozo sublime da entrega total. E, não fora nossa língua presa, gritaríamos pro mundo: Foda-se diferenças lingüísticas! Nada melhor que um tesão!!!!

Elisa di Minas