“Só existe língua se houver ser humano que a fale”. Realmente.
Mas sabe que confabulando com meus botões, devo dizer que a língua faz parte do ser humano naturalmente. Ele nasce possuído do poder que ela demonstra sobre ele. Afinal, nada melhor que uma língua.... Já pensou na não existência da língua? Não? Pois pense. Com certeza descobrirá o quanto o mundo ficaria intragável sem ela. Imagine um beijo sem língua....Seria muito chato, muito morno, muito banal. Imagine a não existência de salivas se encontrando, gerando aquela fenomenal sensação de gostosura, de tesão. Como náufragos as línguas se encontram, se tocam, se desejam e enlouquecem, Crescem, dominam, transformam momento. Se agigantam. No encontro de línguas, nada melhor que o silêncio. As mãos falam nessa hora. E como falam! E sem a necessidade do olhar, as mãos seguem percorrendo caminhos inimagináveis. E as línguas, ousadas, se esquecem das diferenças. Se esquecem de toda e qualquer diferença existencial. Não existe dominante, nem dominado. Somente desejos...Mas (meus botões sussurrando) nesse tocar de línguas, até que o domínio é positivo, é empolgante, é sensacional. Sabe aquela mordida vagarosa, que de repente, torna-se dominadora, fenomenal? Huuummm...nada melhor que o domínio “lingüístico”..sentimos nossa língua presa, enjaulada entre dentes, mascada, mordida, quase que apunhalada. E nascemos pro gozo sublime da entrega total. E, não fora nossa língua presa, gritaríamos pro mundo: Foda-se diferenças lingüísticas! Nada melhor que um tesão!!!!
Elisa di Minas