Meio centenário passou e eu continuo babaca.
Pele descola de abraço e ja nem sinto tato que ficou.
Olhar cola cilios na efêmera esperança de sonhar.
Aonde estão as esperanças que passaram por minhas ruas?
Aonde estão os desejos de meus desejos?
Aonde me encontrar?
Minhas idades se misturam e me confundem
Amaldiçoadas!
Por que me abandonaram?
Por que se distanciam do que sou?
Por que viver hiberna
e não mais posso espiar por minha janela?
Por que me privaram do tudo?
Cinquentenária mulher
Centenária alma
Imbecil e demente
Escroto de gente
Jogado ao céu...
A quem me pertenço?
Não sou nem eu!