Embora não seja Raimundo
E nem me chame Drumonnd
Perfuro os furos do mundo
Estonteantes manhãs.
Com meu olhar meio vesgo
Pincelado de anarquia
Eu visto a fantasia
Me cubro de nostalgia
Nas paredes que são vãs.
E lá colada, perpétua,
A sina de quem é só.
Quero virar Raimundo
Florbela
(que não espanca)
Cecília, Adélia ou Maria
Só não quero essa Elisa
Que pinta clarão de lua
Que molha pés
Que
Que se veste tão despida
E se descobre na lida
De quem nasceu pra ser só...
Um espaço onde posso deixar correr sangue mineiro...onde posso falar carregada de caboclagem...Um espaço onde montanhas, cachoeiras ,chão de terra e gosto de café torrado irão se misturar às palavras
Elisa di Minas

segunda-feira, junho 04, 2007
VASTO MUNDO
EU
Sou corpo despedaçado
Livre e descarado
De língua solta, resquício
Daquilo que foi um vício
Nas curvas
Que o tempo encerra.
Sou mulher,
Louca, perdida
Nas brigas
Trago da vida
As marcas que não ganhei.
Perdi lutas
Matei vitórias
Deixei montanhas e glórias
Nos caminhos que trilhei.
Sou feia, sou deformada
Vesga, míope, aleijada.
Na alma que eu ganhei,
Nasci em dia de noite
Escondida entre açoites
Abandonada, jogada
Lata de lixo, fechada
Sem dentes, cara chorada
Do colo que não usei.
E hoje carregoem peito
As marcas que são deixadas
Pelos pés
Que um dia amei...
Livre e descarado
De língua solta, resquício
Daquilo que foi um vício
Nas curvas
Que o tempo encerra.
Sou mulher,
Louca, perdida
Nas brigas
Trago da vida
As marcas que não ganhei.
Perdi lutas
Matei vitórias
Deixei montanhas e glórias
Nos caminhos que trilhei.
Sou feia, sou deformada
Vesga, míope, aleijada.
Na alma que eu ganhei,
Nasci em dia de noite
Escondida entre açoites
Abandonada, jogada
Lata de lixo, fechada
Sem dentes, cara chorada
Do colo que não usei.
E hoje carrego
As
Pelos pés
Que um dia amei...
Assinar:
Postagens (Atom)