Um tempo tão curto, um escuro tão molhado e uma mulher carregada de sentidos que de tanto sentir parecem começar a morrer...
E hoje, desvinculada de sentidos, serenando nos rios de peito meu, sigo arranhando montanhas, decepando estrelas, cutucando lua e marejando alma. Montanhas de mar açoitam estalidos em dedos e, dedos nada serenos, deslizam teclado e choram traiçoeiros, deixando à mostra um corpo envelhecido e cansado dos quilômetros percorridos nas marés. Um tempo sem medidas, sem início e sem fim. Viver parece tão triste e emaranhado nas alegrias que senti. E nas alegrias despedaço os estilhaços que se romperam nos espelhos que vivi. Matei face que mãe pariu. Matei alegrias que pai plantou. Assassinei tempo e perdi meus sonhos. Em que esquina, ou rua, ou praça, ou estação derrubei as vontades, a força, a esperança? Procuro pés que estraçalhavam estradas, firmes