Elisa di Minas

Elisa di Minas

terça-feira, maio 02, 2023

PCN e o Prof Nilson

  amo os PCNs"
Professor, desde o momento que vc disse a fatídica frase, fiquei a
matutar. Como pode alguém amar os PCNs? Tentei relembrar meus momentos
com eles...momentos fortes, marcantes, impregnados de fatos
...rsrss...toda vez que necessito pesquisá-los, coloco-os sobre a mesa
e com esse meu jeito lerdo, meio que abobalhado os olho. As cores vão
se fundindo, se misturando, embananando meu cérebro. As cores são
lindas! Olhando-as me perco e viajo em versos de  Adélia Prado,
Fernando Pessoa, Castro Alves, Drumonnd. Vôos longínquos me fazem
subir montanhas, cantar com riachos, tocar estrelas, sentir gosto e
cheiro de café da roça, cheiro de terra molhada, me fazem mergulhar em
mundo totalmente misterioso. As cores, elas me fascinam, e quem as
escolheu, presenteou os PCNs com fantásticos mundos imaginários,
mundos de fantasia.
Os PCNs sempre me causam sustos, pois muitas vezes fui chamada ao
mundo real pela "testada" que acertava neles, chegava a vê-los sorrir
de meu espanto...devia eu ficar com olhar mergulhado, vidrado,
pasmado, sabe aquele olhar vaziiiiiiio , de quem nada sabe? Pois é,
devo tê-lo ....e os PCNs se divertem, gargalham , contorcem,
brincam....Certa vez até decidi mergulhar um bocadinho neles.
Corajosa, levantei de manhã, bem cedinho, tomei meu café saboroso de
lembranças, masquei meu pão amanhecido e olhei pra eles. Um arco-íris
sobre a mesa, um mundo de palavras belas e sábias...sentei-me
corajosa, nada me tiraria de lá...agarrei-os com ânsia...acredito que
queria devorá-los, assim como queremos devorar alguém que
amamos...queria mais que tudo, entrar por aquelas páginas e esquecer a
vida de fora....igual Cinderela esperando príncipe encantado.
Suspirei, valentemente abri, sabe aquele rosa que lembra criança, que
lembra brincadeira de infância? Pois é, era esse, o rosa
ARTE....maldita hora, foi só ler a palavra e pronto!!! Lá estava Elisa
em seus devaneios, em suas constantes fugas de realidade....
Aqui, tentando registrar meus sentimentos, começo a entender muita
coisa, começo a entender que amo o errado, que amo o que não é tão
amado...se em toda minha vida eu tivesse amado os PCNs, assim como amo
as poesias e meus poetas, assim como amo José de Alencar, Jorge Amado,
Gildes Bezerra, Giovanni Guimarães, Cecília Meireles, Fernando Pessoa,
Castro Alves, Drumonnd, Adélia Prado e tantos outros...se eu tivesse
devorado os PCNs , assim como devorei Saint Exuperry, assim como
devorei Sócrates, Platão....se tivesse devorado os PCNs, assim como
devorei Piaget, Emília Ferreiro, Paulo Freire, Vigotsky....se tivesse
devorado os PCNs, assim como devorei a lua, as estrelas, as montanhas,
os rios, a terra, o pé descalço sentindo as cócegas de mundo....se
tivesse devorado os PCNs assim como devorei meus amigos, bebendo
vinho, enchendo a cara, dando risada....AH , se eu tivesse devorado os
PCNs, quem sabe, quem sabe agora, eu veria um futuro mais promissor,
mais seguro, menos doído, menos sofrido, com menos lutas e pudesse
assim, voltar a viver mais, voltar a desfrutar de meus poetas....


Elisa Di Minas,   Nov/2005 craque q vc é....Fiquei super feliz pelo seu

sucesso!! Mais que tudo nesse mundo, vc merece a felicidade....Mas eu
não consegui deixar de registrar meu pensamento depois que conversei
com vc, e assim, matutando a vida que levo, decidi dividir com vc...

"Eu

segunda-feira, agosto 17, 2020

Parada

Olho alienada 
Corto o corte profundo 
Vida que acaba. 

 Era pra ser 
 Diferente 
Dia e noite. 

 Olhar se perde 
Dentro de mim 
Odeio inércia. 

 Cala-te boca imunda 
Aprofunde a bunda 
E espere!!

sexta-feira, julho 24, 2020

Existo?

Um tempo tão curto, um escuro tão molhado e uma mulher carregada de sentidos que de tanto sentir parecem começar a morrer...

E hoje, desvinculada de sentidos, serenando nos rios de peito meu, sigo arranhando montanhas, decepando estrelas, cutucando lua e marejando alma. Montanhas de mar açoitam estalidos em dedos e, dedos nada serenos, deslizam teclado e choram traiçoeiros, deixando à mostra um corpo envelhecido e cansado dos quilômetros percorridos nas marés. Um tempo sem medidas, sem início e sem fim. Viver parece tão triste e emaranhado nas alegrias que senti. E nas alegrias despedaço os estilhaços que se romperam nos espelhos que vivi. Matei face que mãe pariu. Matei alegrias que pai plantou. Assassinei tempo e perdi meus sonhos. Em que esquina, ou rua, ou praça, ou estação derrubei as vontades, a força, a esperança? Procuro pés que estraçalhavam estradas, firmes em caminhar. Arrancaram Lua, ou Lua se esconde ,se afasta de mim? Por que secaram as lágrimas que molhavam olhar e iluminavam face de mulher? Em que estação perdi o brilho que existiu?

Oh velhice macabra, que se apodera de carcaça e leva, indiferente, a esperança de viver o passado que treme na saudade do que deixei de ser...e meus restos?...que restos?...

Pintor

Pintor de Almas


Um menino

Carrega tempo

Em vaso quebrado.

E sustenta

Os medos

Nos meios

Dilacerados das ruas

Sem curvas

Nos cimentos

Dos homens alheios.


Um menino segue

Parindo vagões

Criando estações

E resistindo ao chamado

Da vida.


Um menino...


Elisa di Minas

Em pedaços


Um menino

Discursa vida

Desmedida

E agarra as almas

Descabidas

Nos gritos silenciosos

Da navalha fria

Que corta

O tempo,

O vento,

A vida.


Elisa di Minas

Retrospectiva fora de hora

Retrospectiva Elisa

Nasci
Rastejei
Cresci
Multipliquei
Sobrevivi
Ainda...

Elisa di Minas

quarta-feira, julho 22, 2020

Só isso


Deixe o balanço 
Pra que eu possa ir
E vir
Sempre que o tempo
Permitir
E eu desejar
Ir e vir
Ir e vir 

Elisa di Minas

sábado, julho 18, 2020

Arremedo infeliz

"Arremedo infeliz de existência" 

 Deve ter nascido num dia de noite 
 E, no decorrer das luas, pintado de luto o seu céu
 Não deve ter chorado amores frustrados 
 E sim vomitado as faces sem véu. 
 Pobre garoto 
Jogado na vida 
 Perdido desejo de ser
 Achado desejo de renascer 
 Feliz ! 
 Faltou-lhe madrinhas encantadas,
 Rocas e fadas 
 Mas não poesias 
 Poesias não, poesias sobraram nas folhas em branco 
De um pranto que não morreu. 
Vá garoto
Dizer adeus e chorar e gritar 
 E esperar 
 Esperar que as voltas do tempo 
 Lhe tragam alento 
 De uma vida de paz.
 Vá, vá garoto 
Embarque nas brumas do vento 
 Abrace a si mesmo sem tempo 
 Arremate, costure a dor do momento
 Com outras que encontrarás 
 E chorarás, chorarás, chorarás. 
 Viver é um pranto infinito... 

 Elisa di Minas
Isolamento - Coronavírus "Viver sem tempos mortos", é porreta demais isso! O isolamento está provocando estranhezas na alma da gente. A maior estranheza que estou vivendo é a de mim mesma por não me reconhecer mais no que sou. Não sei mais se o passado me define porque ando sendo o que não sou, vivendo o que nunca fui, sentindo que o tempo atual está morto, mas não um morto comum e sim um defunto vibrante por viver. Ando confusa porque o que fui, o que o tempo fez de mim não vive mais, tive que matar o futuro que projetei e busquei, pra viver um presente sem chão andante, parado e estagnado no vazio da vontade de ser o que seria.

quinta-feira, novembro 29, 2018


Pensei ter perdido, mas recuperei.

Perdidaça


Modernidade arrancou dedos meus Nem encontro mais Os caminhos Que sempre segui.

quarta-feira, outubro 18, 2017


Nada e nada! Queria sentir, novamente, incontrolável desejo de escrever! Mas continuo calada...

segunda-feira, junho 12, 2017


Somente vontade matar com a imortalidade!

sexta-feira, março 27, 2015

Hoje somente

Somente mente, nada mais! Nada de significados ou significâncias. Nada de choros e lamentos. Só vontade mórbida e demente... de mente!

segunda-feira, dezembro 02, 2013

sobras


Existe sobras em mim, de tempo, de sonhos, de desilusões. Busquei as lembranças emaranhadas no nascer quebrado, moído e rabiscado... Encontrei cacos de poesias e de poeta, cheiros de infância e de velhice, nascer de homem e morte de amor, encanto de criança e quebra de desejo. Hoje me encontro cheia de sobras, de restos,de remendos. Me encontro em tudo, menos em mim!

quinta-feira, outubro 17, 2013

Merda!

Parece-me nunca ter tido necessidade de tomar uma decisão tão difícil! Anoiteci um dia impactada num traumatizante descobrir. Uma traição deformada e fantasmagórica me deixou puta! E puta continuei silenciosa, aquietada, parada, inerte. As estrelas, a lua, fantasmas e gritos começaram a me acompanhar nas horas angustiadas. Decidi acalmar...e acalmei tanto que sonhei assassinar, e, confesso, não me pareceu atitude aprovante nem para meu coração tão puteado. Então, fazer o que diante de infame descoberta? Meu sangue fervia, queimava, matava, envenenava e apertava uma garganta prestes a explodir. Puta que pariu! Caminhei lentamente até a cozinha, um cão uivava longe e dava sensação de filme de terror. Abri calmamente as portas do armário, toquei suavemente os pratos e copos parados na divisória do mundo e ataquei. Mas ataquei de um jeito que não deixava dúvidas nem aos defuntos que me avizinhavam. Fui, com esse meu jeitinho delicado e feminino, arrebentando tudo. Porra, que raio de merda é esse viver? Que se passa na "desombridade"? Que leva alguém a uma traição tão fedorenta e baixa? Os cacos foram se espalhando pelo chão, pelas paredes, pelo teto, pulavam, se batiam, se matavam. Nenhum foi poupado,todos foram destruídos e matados. O barulho despertou antecipadamente alguém que dormia sob mesmo teto, cambaleante, olhos estatelados, medrosos e silenciosos apontaram na porta, mas não durou sequer um segundo...desapareceram, sumiram, evaporaram. E no amanhecer do outro dia fui trabalhar cansada pela noite de faxina, recolhendo os cacos que a vida me reservara. Deixei de ser mulher, deixei de ser humana, deixei meu eu trancado no baú dos sentimentos que a vida se negava a me oferecer... E decidi virar vazia, vazia de amor!!!

quarta-feira, julho 10, 2013

Mulher nova


Não sou mulher nova, sou nova mulher! Hoje escorreguei do meu surrado sofá com único objetivo: Me fazer careca. Não suportava mais meus cabelos secos, quebrados, tortos, multicoloridos, estragados pelos 25 anos de tintura na tentativa de "esconder os fios brancos". Detesto ficar "chapada" como muitas mulheres por aí. Detesto ter que ficar pintando os cabelos com produtos que mancham e estragam minhas camisetas, toalhas e azulejos. Definitivamente não nasci mulher feminina, jeitosa, delicada...pra ser homem nasci somente com a falta do pinto. Minha força manual quebra canos e amassa peças delicadas, meus pés sobrevivem em meio a barros e pedras, minhas unhas precisam de alicates reforçados, minhas palavras soam balanceadas e desafinadas, meus traços são grosseiros e indefinidos. Não possuo nada de feminino. Então por que nasci mulher? Acho que nasci mulher por um fato muito simples:Gosto de homem! Então se tivesse nascido homem eu seria gay, sem dúvida alguma!!! Hoje - que já é ontem - acordei desnorteada pra me livrar de tudo que a sociedade impõe e comecei pelo meu cabelo. Fiquei matutando o porque dessa idiota mulher ficar se martirizando horas e horas para pintar os cabelos, sabendo que o fato fará surgir erupções no couro cabeludo que gerará mais coceira que piolho. E fiquei puta comigo mesma. Me senti idiota! Abandonei meu forte desejo de não sair de casa e sorri quando cabeleireiro me olhou com olhar silencioso de dúvida: PASSE A MÁQUINA NA MINHA CABEÇA! Minha voz firme não deixou questionamento. Ele pegou a máquina e PASSOU-A NA MINHA CABEÇA. Fui recolhendo com as mãos as mechas que caiam: brancas, castanhas, vermelhas, loiras, cinzas...olhava-as e jogava ao chão. LIBERDADE!!! Que sensação ma-ra-vi-lho-sa! Não acompanhei o "massacre". Somente olhei depois que tudo terminou. Sorri. Passei as mãos no meu "coco" vazio, me levantei, paguei os R$10,00 e só não cantei porque sou desafinada. Quando cheguei em casa encostei o nariz no espelho e percebi o quanto o tempo havia pintado meus cabelos. Percebi o quanto a vida havia arrancado de minha juventude. Percebi o quanto de história já havia vivido. Percebi o quanto me sentia bem sendo eu mesma, arrancando as máscaras que a sociedade, até aquele momento, havia me imposto! Confesso que senti uma pequenina ponta de revolta por ter demorado tanto em minha decisão.Na mediocridade humana, eu me tornei medíocre. Na tentativa de sobrevivência, eu me tornei máscara. Na tentativa de aceitação, eu fui o que não sou. Agora, no inicio das horas de meu novo nascimento, necessito somente de um chão de terra, de um fogão à lenha, de estrelas, montanhas e luas, de água e das pessoas que amo...pra seguir de volta pro mundo de onde nunca devia ter saído!!!!!!!!

sexta-feira, julho 05, 2013

Desistência?

Talvez seja a aproximação da velhice que causa tanto desconforto. Talvez seja o cansaço do tempo, o aproximar das férias, a apuração de uma dura realidade...talvez seja a dúvida, talvez seja a certeza! "Talvezes" que me incomodaram durante as 13:02h desde meu acordar nessa sexta-feira. Um arrepio desconfortante acompanhou minhas horas e ainda não consegui me livrar dele. Fiquei matutando com meu cérebro enquanto degustava uma empada, que seria meu almoço de hoje.As horas brincavam com minha agonia e engatinhavam. QUE HORRIVEL SENSAÇÃO DE INÉRCIA !!!! Percebia claramente os olhares sobre minha face e minha pele, sobre meu vestir simplório e acaipirado, sobre meu sorriso disforme e meus cabelos brancos. A agressividade apagada nos últimos 50 anos aflorou, um mal estar horrendo acelerou coração, dando fria sensação que morte me espreitava.Desci, tomei água, distribui sorrisos numa inquietante necessidade de respeito e afeto!E voltei pra sala que guardava corpos de falsidade e aparências...que guardava sorrisos maquiavélicos, que guardava olhares frios...e desumanos! Consegui controlar desejo de arrebentar muitos, de estraçalhar roupas e desnudar falsidade. Controlei, assim como agora controlo desejo de citar nomes e fatos... Entrei em transporte público, fechei olhar, serrei os pulsos e continuei fingindo dia que não existiu!!!

domingo, junho 16, 2013

invisibilidade

queria ser invisível, nada ser. morrer numa manhã de nascimento e viver na morte do dia. não consigo aquietar meu pensamento que vara noites e noites marcando olhar meu. nasci furiosa e desbravadora, mas mundo acalmou minhas caminhadas e me fez emudecer. não suporto arrogâncias e ditadorismo, não suporto os suportes que impõem pensamentos e atitudes. não sei como me livrar de mim. talvez não me suporte pela vivência calada e submissa na qual fui adulterada. me transformei no eu que não sou. sou o eu que não nasci. na verdade sinto somente vontade me afastar do que me transformei e sair pro nada!

sábado, junho 08, 2013

~iNsÔnIa~

dizem que insônia prejudica a saúde,dá rugas e cabelos brancos,envelhece,mancha a pele,aumenta estresse. e daí?que se fodam as rugas,pele,velhice,cabelos, estresse.afinal já sou velha mesmo, já sou feia mesmo já possuo pele de jacaré,já sou um monstro com prazo de validade vencido,já estou com calo no indicador já estou com vontade mandar tudo a puta que pariu,já estou... estou nada só estou solitária numa noite fria,cansada de nadas,sentindo falta de um vinho, um queijo e uma boa prosa... onde estão todos daqui de casa?

URUBUS

Por que essa foto? Porque conheci essa semana pessoas que vivem esperando a morte da bezerra pra darem o bote e comerem a carniça. E eu de pé manco e boca amarrada só olhando. Possuo a imbecilidade da crença no humano, mesmo esses malditos tendo me dado rasteiras e mais rasteiras pela vida. Nunca aprendo! Aí quando o fato acontece novamente sinto uma vontade desgraçada de ser depravada e falar os maiores palavrões que alguém ja foi capaz de criar. Mas nada disso falo. Me calo. Vomito. Junto ao vômito percebo dedos e mentes, crânios e línguas, pedaços podres de podres vidas. E me odeio por ser tão, tão, tão idiota! Saio excomungando dentro do peito e, abafando os gritos, eu olho minhas montanhas, minhas estrelas,meu céu...e me acalmo! E engulo todas as palavras, frases e textos que meu coração criou. E deixo que o tempo, no seu passar lento e inquieto, apague minha fúria. E me pego, me pego no colo de mãe e pai, colos que não mais possuo,e me aconchego na desilusão do viver. Torno-me cega e surda para sobreviver. E sorrio o sorriso feio e envelhecido que trago no peito. E durmo. Durmo porque amanhã nascerei mulher bruta e gritarei aos "quatro cantos do mundo', quatro não, quatro é muito pouco...gritarei nas infinitas curvas do universo o escárnio que sinto pelas pessoas, pelos urubus sangrentos e fétidos. Malditos! Malditos e malditos! Mas quando lua se despede, acordo e percebo que no ventre de minha mãe devo ter bebido líquido contaminado com veneno da quietude, porque me aquieto, engulo, sorrio...e permaneço nas permanescências da minha vida mulher, quieta, calada, engolidora de palavrões e de pragas...hoje decidi erguer meu pulso esquerdo (porque nele estão gravados os infinitos amores de minha vida) e mandar o mundo se fuder!!!!!!!!

domingo, junho 03, 2012

Fantasmas

Hoje minha noite está fantasmagórica. Sem saber se é influência da lua, eu tô aqui no meu quintal, utilizando somente a luz natural do mundo, com olhar voltado para cemitério, talvez buscando entender os fantasmas que me assombram. Fantasmas da discórdia, da ignorância, da dúvida, do desequilibrio, da traição. Fantasmas deformados e indecifráveis, apagados, embaçados. Não sei a quem pertence cada imagem que dança frente meu olhar e desequilibra minha alma. Chicória late no portão...uiva...um calafrio percorre meu corpo e gela minha alma.Olho as estrelas numa tênue tentativa de reequilibrar, mas nâo consigo. Amanhã o dia será mais dificil que essa noite, não sinto sono nem desejo de entrar...a vida me oferece mais fantasmas que os que encontro na solidão desse momento...sinto um desejo infantil de sair andando, sem rumo e sem meta, sem fim...respiro fundo e percebo que meu coração não mais acredita nos sonhos que carregava...

segunda-feira, maio 28, 2012

"" Alguém me falou que eu tenho que ser MAIS PROFISSIONAL e MENOS EMOCIONAL...e eu voltei pra casa pensando muito sobre isso. Nesse pensar acabei analisando meus últimos conturbados anos de trabalho e busquei imaginar como seriam sem a emoção...e foi aí que percebi que deveria ter mandado o alguém ir catar coquinho no asfalto, ou ver se eu estava na esquina, ou ir a puta que pariu, porque meu trabalho não existe sem emoção, porque ele não existe sem amor. Eu olho nos olhos de cada aluno, eu os abraço nas dores que a vida lhes oferece, eu sorrio e comemoro as vitórias, eu engulo as lágrimas na tentativa de amenizar as derrotas que eles vivem...e ele me fala pra ser menos emocional? E pensei mais ainda, pensei na interessante maneira de olhar desse alguém que um dia elogiou e positivou MEU EMOCIONAL agarrado no PROFISSIONAL, porque naquela situação lhe convinha, porque naquela situação lhe era favorável...e sorri com essa minha boca torta, de dentes vazia...e sorri na percepção de que meu herói não passa de um homem comum, assim como tantos outros, assim normal, assim sem nada a acrescentar, só um ideologismo comprado numa loja de 1,99, um ideologismo que se quebrou frente a minha babaca e irritante mania de acreditar em sonhos e seres sonhadores...e eu caminho tropeçando, escorregando, caindo, levantando...tudo por culpa dessa emoção que faço questão de carregar. Escrito por Elisa di Minas numa triste noite em que perdeu seu herói."

quinta-feira, maio 24, 2012

Uma fria e desleixada tarde, de sol e frio, de vinho e solidão. As montanhas me olham e desprezam semblante que busca se acostumar com o nada. Nada faço, nada penso, nada sinto. Um estouro de vida eclode e meus pensamentos e sentimentos despertam, me lembram existir de Gildes Bezerra e sua decepção com as mentiras do Saci. Me lembram Drummond e suas pedras no caminho. Me lembram Giovanni Guimarães e suas Folias de Reis. Me lembram Tarsila e suas cores, Adelia Prado e seu coração disparado,Diva Cunha e seu coração de lata. Me lembram meu existir vago, insignificante. Me lembram que estômago vazio pede virado de ovo com cebola, saboreado com café fresco e leite tirado da teta.Montanha se foi, mergulho face num prato vazio.

sábado, novembro 26, 2011

Arrebentando

Arrebentando o fio tênue da linha que trago
percebo que sou humana
que os limites existem
e que , mesmo forte, um dia
a linha se arrebenta
apodrece, padece, desfalece, amortece.

Hoje arrebentou a força que carrego
e me deixei seduzir pelo momento
um arrebento cansativo eclodiu
coração gritou desejo de parar
e sentiu.

Agora respiro restos do que sobrou
de preguiça e sonolência
de tonturas e apagões
de desejo único
de não existência.

Devo parar
não desejo partir!
(feito ao som da melodia do silêncio num momento (des)humano de dor)

quinta-feira, novembro 17, 2011

Aconteceu

Era 12 o dia...era realidade, mudança, realização, felicidade e comemoração.
Era wagner o nome, assim como elisa, carmem, eliane, maria, catarina, carlos, antonio, jesus, marta, pedro, sebastião, francisco, geraldo ,infinito.Tempo de transformação!
Fiquei a noite toda com medo de dormir e acordar outra realidade.
Uma agonia impregnada, baixa ,sufocante e aguda rasgava minha pele e pedia basta!
Muitos viveram meu sofrimento, minha agonia, trilharam em vagões de ferro e fogo (até cheguei a reviver o chumbo), mas o desejo de mudança era a minha, era a nossa força.Uma força que nem sabia de onde vinha, mas vinha, chegava , impregnava e amortecia sofrimento.E seguia...cheguei a pensar que caminhava sobre pedras pontudas, mas que nada! Era caco de vidro em sola de pés, de muitos pés. E nos faziam mancar com o peso da carga egoista e desumana.
Por muitas noites deixei de dormir, assim como você. Delirios assombravam a escuridão. Descabelada eu gemia. E não eram gemidos de gozo não, eram gemidos de uma dor profunda que feria e arrebentava coração.Um espirito de união surgiu quando não mais aguentávamos. Não era necessário voz, bastavam os olhares de desespero. Eu sabia perfeitamente o que sentiam, porque era também sentimento meu. Era uma dor tão calada e sofrida que me lembrava partida de meu pai e minha mãe , de minha irmã e de minha filha. E quando o sol irradiava bom dia eu pensava nas crianças que me aguardavam, pensava nos funcionários , na minha responsabilidade... e seguia rumo a Pedra da Cruz que sempre me recebia com um sorriso (pra me dar mais alegria).
Tudo poderia ter sido tão diferente!
Possuo uma alma cabocla, trago nas mãos, no rosto, no cabelo, na feiura das formas e da pele uma simplicidade conquistada na caminhada ao lado de meu pai,que me ensinou que o respeito humano, que a verdade , que a honestidade ,que a afetividade e o amor são os unicos caminhos certeiros quando buscamos a felicidade nossa e do outro. Minha figura um bocado envelhecida e disforme ja não mais aguentava. Por dentro eu rangia e sangrava. Por fora eu observava, controlava meu impeto irrequieto e justiceiro e engolia sapos, carrapatos, cobras... e vomitava silêncio. Minha voz tinha que ser cortada e calada, não podia mais ser a causa do sofrimento do outro. Vocês não imaginam o quanto recorri a alma de meu pai, para que me iluminasse com a mansidão que carregou pela vida.Mas eu dava meu jeitinho mineiro e excomungava a peste que me assolava, e expelia (silenciosamente) o mal que tentava corroer. Um dia até cheguei a gritar, no silencio mais dolorido que eu tinha "Fora Satanás,vai-te reto coisa ruim, me mira mas me erra!". E suspirava profundamente antes que o ar me faltasse.
Não foi facil, envelheci as dores que não precisavam ter existido.
Mas renasci, assim como você ...renascemos...
Juntos, fortes...e estamos aqui.
Sem sacanagem, me dou direito total ao grito que estava engasgado:
ACONTECEUUUUUUU,Graças a Deus!
AGORA ESTAMOS VIVOS!

sábado, julho 16, 2011

Pisando em...

Nunca fui mulher de me preocupar com coisas chics. Nem sei bem o que é ser chic porque nasci cabocla de pai e mãe. Sempre arrastando chinelos velhos , cabeça ao vento , olhar embaçado e pescoço de girafa , fui vivendo. Vivendo a simplicidade de quem nasceu fora de época , em outro mundo. Ja quase centenária não me lembro de ter perdido um segundo sequer da vida me preocupando com o que urde sob meus pés. Amassaram barro , merdas , tropeçaram em pedras , se molharam , enrugueceram , doeram , calejaram.
Não sei se por desproteção divina , ou por ironia , ou por desumanidade , ou por sacanagem , sei lá eu, piso hoje no que serei amanhã. Você ja se imaginou pisando no futuro? Não?! Pois eu piso. Todos os dias , todos os dias eu piso no futuro. Sou privilegiada. Tenho sob meus pés o que nenhum de vocês tem: O FUTURO. Fique aí por uns minutos pensando como consigo isso. Pense , repense , medite ,aprofunde, busque ajuda , pesquise. Será que você consegue , como eu , pisar no futuro? Sei lá! Acredito que não!
Pois eu piso , e como piso!
Tente acompanhar comigo , aqui juntinho de mim. Espalharam frente à minha casa , assim de graça (não paguei nadinha por isso), um tapete riquissimo. Vale mais
que diamante , que ouro , que tudo que existe no mundo. Espalharam frente à minha casa um tapete, um tapete tecido de histórias , de alegrias , de sofrimento, de vitórias , de lutas , de tudo! Um tapete tricotado com mil vidas. MIL VIDAS! Um tapete que me lembra todos os dias o valor da vida. Um tapete de restos humanos , de ossos , de alças de caixões , de tecidos impregnados aos restos mortais. Um tapete de velas e flores ,de túmulos. Um tapete de cheiro fétido e asqueiroso. Um tapete que me provoca ânsias de vômitos e dores de cabeça. Piso nesse tapete todos os dias , não sei se sob meus pés existe restos de seu pai , sua mãe, seus irmãos , seus avós , seus tios , seus , suas...não sei!
Esse tapete está me levando à loucura! E foi depositado assim , jogado, amassado , como coisa sem valor , como entulho...na rua de frente da minha casa. Jogado , largado, abandonado , desrespeitado!Literalmente , piso no meu futuro! Literalmente eu piso!

sexta-feira, junho 24, 2011

volta

Estou aqui , de volta.
Só não sei de onde!
Nunca sei se estou indo ou voltando, ou se estou parada.
Pareço nunca sair do lugar...cansada
de burrices,
traições,
incompetências,
injustiças,
egoismos,
estagnações!
Cansada demais pra lutar
contra uma vaca velha
que muge no meu mundo
todos os dias
todossssssssssssss

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Sim, claro que não!

Estava eu sentada calmamente em frente à Igreja de São Sebastião aguardando a chegada dos cavaleiros. Numa demora tranquila, observava a beleza e calmaria das montanhas. Três crianças brincavam e azoretavam meu sossego. Em meio a tanta gritaria me esqueci das montanhas e passei a observá-las.
Dois eram, com certeza, irmãos. O terceiro parecia ser amigo dos demais. Correm de cá, de lá, gritam, reclamam, brigam, brincam. Tiveram idéia de ir no tiro ao alvo e vieram, empolgados, pedir dinheiro à mãe (somente nessa hora percebi a presença dessa figura). E inicia diálogo:
__Mãe, da R$2,00 pra jogar tiro ao alvo?
__Toma! (nem pestaneja, retira e entrega)
Eles correm. Passados menos que 10 minutos, eles voltam, nervosos:
__Mãe, fizemos 27 pontos. E pra ganhar precisa fazer 50 pontos. Dá mais R$2,00 aí.
__Nada disso, disse ela retirando a nota da bolsa e estendendo ao que parecia ser o mais velho. Nem pensar! Não me peça mais dinheiro! E entregou a nota.
Achei aquilo confuso, confesso que sorri cinicamente e continuei na minha silenciosa observação.
Voltaram correndo, nervosos e empolgados.
__Mãe, dessa vez fizemos 41 pontos, o Pedro conseguiu derrubar um de 10 pontos. Dá mais R$2,00?
__Eu já não disse que não era nem pra pedir mais? Nem pensar, isso é um roubo, estão fazendo vocês de bobos, vocês nunca conseguirão os 50 pontos e ficam jogando dinheiro fora.
__R$2,00 mãe, só R$2,00, disse o menor, estendendo a mão.
__Eu já disse que não, e se pedirem de novo levo vocês pra casa e acabou a festa, respondeu ela, retirando da bolsa a nota pedida e entregando às crianças.
Voltaram empolgadas para a barraca de tiros.
Muito confusa, eu pensava nas cenas e queimava miolos.
Eis que chega o pai e se aproxima,quase junto das crianças.
__Pai, quase ganhamos um DVD. Pra ganhar o DVD que ta lá , tem que fazer 50 pontos, quase fizemos.
__Vocês estão brincando do quê?
__Tiro ao alvo, responderam em coro.
__Arma? Vocês estão brincando com armas? Já não proibi de brincar com armas? Já não conversei em casa antes da gente vir pra cá? Não foi combinado?
__Mas pai, o DVD é bonitão, deve valer uns R$200,00 porque tem até microfone e caraokê , quase ganhamos.
__Vamos lá e vou mostrar pra vocês quem é bom de tiro. Vou trazer o DVD.
Saíram. Eu? Boquiaberta!
Voltam os quatro, sem DVD. O pai com cara de bravo fala pra esposa:
__Palhaçada, nunca alguém ganhará o prêmio. Roubada, dinheiro jogado fora!
A mãe olha e continua conversando com uma senhora ao lado.
As crianças buscam outro brinquedo. Retiram do bolso uma hélice com balão que ao ser enchido de ar e solto, faz a hélice girar, soltando sons agudos. Pai e filhos iniciam brincadeira com o objeto. O brinquedo do filho mais velho vai mais alto que o do pai e o menino brinca:
__Não sabe soltar, o meu vai mais altoooooo.
O pai se irrita:
__A hélice do que você me deu está torta, muito torta!
O menino mais velho verifica e diz que está perfeita. O pai retruca:
__Está torta e tenho certeza que você que entortou, tenho certeza disso!
O menino não toma conhecimento e continua na brincadeira.
O pai sopra demais o balão, que acaba estourando. O menino menor chora fazendo cena. O pai se dirige ao maior:
__Dá o seu pro seu irmão.
__Mas pai...
__Agora! Dá pro seu irmão, to mandando!
__Mas pai não fui eu que...
__Já mandei dar agora, foi você o culpado do outro ter estragado, você que entortou a hélice, foi sua culpa, você fez de propósito! DÁ PRO SEU IRMÃO!
Choro e lamentações. O pai fica indiferente e se aproxima da esposa e da senhora idosa. Conversam banalidades por um tempo, até que a senhora idosa vê aproximar o esposo e o chama.
Enquanto as crianças correm e atormentam a todos com esbarrões, gritos, empurrões , jogam papel de bala pelo chão , os adultos iniciam uma conversa empolgados, apontando várias direções:
__A casa ficava naquele morro, disse a mãe das crianças. Era horrível, meu bem. A gente tinha que levantar cedo, ir ajudar a tirar o leite, depois tinha o terreiro de café onde a gente tinha que ficar empurrando os grãos. E pegar lenha, então? Que horror! Minha perna voltava toda arranhada, picada. Era horrível demais!
__E o barro então, disse a senhora idosa, sujava o chão da cozinha que era de cimento liso, onde eu passava vermelhão pra dar aparência melhor.Ficava todo sujo e fedido.
__Era um terror! As laranjas caídas pelo chão, roupas com nódoas de banana e jabuticaba, roupas rasgadas de subir nas árvores , que a mamãe vivia remendando. Foi um tempo terrível, disse a mãe das crianças.
__Nem gosto de lembrar, respondeu a senhora idosa. Aquele povo que chegava fedendo suor vindo no sol quente montado em cavalos e ainda paravam na porta da sala pra pedir água. Alguns até pisavam na sala com o pé sujo!
__Não foi nada fácil, né papai? Pergunta a mãe das crianças.
__Graças a Deus tudo isso acabou, nem gosto de lembrar quando chegava o tempo da panha de café. Era um trabalhão danado ficar no meio do mato carregando sacos, levando café pra todo mundo, tinha que ficar ouvindo as lamurias do povo!
Deram boas gargalhadas , até que os meninos retornaram:
__Pai, mãe, dá R$7,00 pra gente pular na cama elástica? O homem falou que de três fica mais barato.
__EU JÁ DISSE QUE NÃO! Já não falei que não era para pedir mais dinheiro que eu NÃO ia dar, disse ela, retirando uma nota de R$10,00 e entregando-a ao mais velho.
__E traga o troco, disse o pai.
Conversa vai, conversa vem. Sempre relembrando os tempos horríveis, até que os três meninos voltam gritando:
__Dá mais R$1,00 mãe, a gente já deixou os R$10,00 e aí o homem falou que se a gente levar mais R$1,00 agora ele vai deixar por R$4,00.
O pai, histérico:
__Sua mãe já não falou pra vocês que não ia dar mais dinheiro? Não disse que era para trazer o troco? Não foi isso que ela mandou? NADA DE DINHEIRO! NADA DE PEDIR MAIS! CHEGAAAA!, disse ele, retirando do bolso uma nota de R$5,00.
Entregou-a ao menino mais velho, com uma clara recomendação:
__E traga o troco, nada de gastar mais, nem adianta pedir que não daremos mais!
Os meninos saíram correndo.
Eu me afastei confusa, começando a entender essa nova geração.
Sim, claro que não!

segunda-feira, janeiro 17, 2011

Realidades.

Aqui me pego, aos 53 anos, sentindo uma saudade enorme da crença e fé que eu sentia no trabalho que venho desenvolvendo por 25 anos. Um trabalho escolhido não como falta de opção, mas escolhido como única opção para eu ser feliz profissionalmente. Acredito que em decorrência da minha lerdeza natural eu tenha levado tanto tempo para perceber que vivi utopias. Fui utópica quando acreditei na valorização do educador, quando acreditei que o futuro seria melhor, quando acreditei que calma era necessário para dar tempo às mudanças. Fui infantil e sonhadora quando acreditei que os políticos acreditavam que a educação era um dos caminhos do crescimento humano e, por isso, investiriam nela ; quando acreditei na mudança política de nosso município , que veria município como um todo, sem divisão entre rede estadual/municipal , afinal sou brazopolense e fui importante para eles na hora do voto ; quando acreditei que o ser humano teria mais hombridade ; quando acreditei que todo profissional envolvido com a educação era uma pessoa humana em toda sua essência...
Fui inocente e sonhadora quando acreditei que “pior do que está não tem jeito”. Mas tem, e como!

sábado, janeiro 01, 2011

ANO NOVO

Quando criança ficava aguardando entrada de ano novo
sempre na esperança e crença que algo ia mudar.
Na adolescencia aguardava ansiosa o ano novo
pra ir passear no "largo" da praça.
Quando adulta aguardava ano novo com certeza que minhas
promessas seriam cumpridas.
Na velhice aguardo ano novo com a certeza absoluta
que tudo continua igual.

quarta-feira, dezembro 08, 2010

?

Descobri que sou o que não sou, não sou o que sou, não sou eu.

sexta-feira, novembro 26, 2010

10:50h

Dez e cinquenta da manhã e eu revoltada com a humanidade.
Isso é hora de se revoltar?
Acredito ter perdido minha lucidez!
Descobri , demorou em decorrência de minha lerdeza ,
que o ser humano perdeu a noção de respeito.
Perdeu a noção de ética , perdeu a noção de tudo.
Humilhações, dores, sofrimentos , angústias,decepções,
não possuem mais valor algum (se é o outro que os sente).
Tudo se transformou numa estupenda necessidade do eu.
Eu quero , eu devo, eu vou, eu fico , eu sou...
o outro que se foda!
Quase ninguém mais consegue ver além de seu umbigo.
Se algum fato ocorre e se esse fato gera polêmica,
lá vão os "amigos" retirando a corda do próprio pescoço
e , pra retirar de si mesmo , vão , friamente, enforcando o outro.
Parece existir uma frieza inigualavel dentro da alma.
Uma frieza que corrói, mata , aniquila.
Muitos nem percebem que ao justificar se apresentando como "amigo"
está condenando o suposto (amigo) à uma dor infinita.
Pensam eles:Não , mas tudo bem , tudo em nome do meu nome ...
se alguém tem que ser assassinado que seja ele , desde que eu me saia bem na situação , desde que ninguém pense que estou de acordo com o que ocorreu (PORQUE ELE TEM QUE CONCORDAR/DISCORDAR JUNTO À MAIORIA, ELE TEM QUE FAZER PARTE DO QUE MAIS VAI APARECER, INDEPENDENTE SE É CERTO OU ERRADO-O certo pra ele será sempre seu próprio bem estar).
Não sabem , esses coitados , que ao justificarem alegando carinho e respeito pelo "amigo", estão provando a insensatez , o egoismo , a covardia , a indiferença , a aberração que existem dentro de si mesmos.

Para eles eu ergo o FODAM-SE!

Eu só quero sossegar meu coração
Eu só quero mais respeito
Mais amor
Mais carinho

Mas eu só quero
Menos ingratidão
Menos frieza
Menos sacanagem...

Socoroooooooooooooooooo!

quarta-feira, novembro 24, 2010

vinho

Uma taça de vinho foi suficiente pra eu ficar embriagada. Tô de férias, uai, algo novo tenho que fazer. Então fui beber, mas como não estou acostumada com essa delicia, uma taça é suficiente. Já começo a falar demais. Eita vinho bão da peste siô! Putz, nem tenho ideia pra escrever, e, acima de tudo, esse disgramado word fica riscando as palavras de vermelho e eu tenho que ficar retornando quando deveria seguir. Enchi outra taça, rsrs , nossa, o efeito é interessante. Fico mais lerda do que ja sou. Dá uma tontera porreta!
Tenho que apertar zoinho e ainda encostar nariz na tela , puta que pariu, vejo tudo embaçado (mas não é do vinho, é da miopia mesmo).
Sempre desejei escrever algo lindo, maravilhoso, que todos lessem e ficassem mudos, tendo como única reação: OHHHHHHH!
Mas esse mardito cérebro é vazio demais, parece poço desativado, não tem nada dentro.
Ara, se meu cérebro é vazio, se sou lerda, se sou miope,se sou burra, então pra que ficar aqui criando tendinite?
Vô é assistir CSI e pronto!

sábado, novembro 20, 2010

Queria viver ausência das presenças
Nenhum caminho pisado
com passos que já marquei
Nenhuma fala repetida
Com vozes que já gritei
Nenhum elo refeito
dos nós que já cortei
Sem elos, sem vozes, sem nós
sem vida
nas mortes que já lutei.

Perca campo mulher
Perca o tudo!

Que me arreganhem maldita boca
E que hoje eu grite
Os silêncios que vomitei!

Cala-te boca!
Engula os vômitos
que putreficam
que matam
que amordaçam
que fedem
as narinas
das
curvas
nas quais passei...

terça-feira, setembro 14, 2010

Velharia

Meio centenário passou e eu continuo babaca.
Pele descola de abraço e ja nem sinto tato que ficou.
Olhar cola cilios na efêmera esperança de sonhar.
Aonde estão as esperanças que passaram por minhas ruas?
Aonde estão os desejos de meus desejos?
Aonde me encontrar?

Minhas idades se misturam e me confundem
Amaldiçoadas!

Por que me abandonaram?
Por que se distanciam do que sou?
Por que viver hiberna
e não mais posso espiar por minha janela?
Por que me privaram do tudo?

Cinquentenária mulher
Centenária alma
Imbecil e demente
Escroto de gente
Jogado ao céu...

A quem me pertenço?
Não sou nem eu!