Um espaço onde posso deixar correr sangue mineiro...onde posso falar carregada de caboclagem...Um espaço onde montanhas, cachoeiras ,chão de terra e gosto de café torrado irão se misturar às palavras
Elisa di Minas

quinta-feira, outubro 17, 2013
Merda!
Parece-me nunca ter tido necessidade de tomar uma decisão tão difícil! Anoiteci um dia impactada num traumatizante descobrir. Uma traição deformada e fantasmagórica me deixou puta! E puta continuei silenciosa, aquietada, parada, inerte. As estrelas, a lua, fantasmas e gritos começaram a me acompanhar nas horas angustiadas. Decidi acalmar...e acalmei tanto que sonhei assassinar, e, confesso, não me pareceu atitude aprovante nem para meu coração tão puteado. Então, fazer o que diante de infame descoberta? Meu sangue fervia, queimava, matava, envenenava e apertava uma garganta prestes a explodir. Puta que pariu! Caminhei lentamente até a cozinha, um cão uivava longe e dava sensação de filme de terror. Abri calmamente as portas do armário, toquei suavemente os pratos e copos parados na divisória do mundo e ataquei. Mas ataquei de um jeito que não deixava dúvidas nem aos defuntos que me avizinhavam. Fui, com esse meu jeitinho delicado e feminino, arrebentando tudo. Porra, que raio de merda é esse viver? Que se passa na "desombridade"? Que leva alguém a uma traição tão fedorenta e baixa? Os cacos foram se espalhando pelo chão, pelas paredes, pelo teto, pulavam, se batiam, se matavam. Nenhum foi poupado,todos foram destruídos e matados. O barulho despertou antecipadamente alguém que dormia sob mesmo teto, cambaleante, olhos estatelados, medrosos e silenciosos apontaram na porta, mas não durou sequer um segundo...desapareceram, sumiram, evaporaram. E no amanhecer do outro dia fui trabalhar cansada pela noite de faxina, recolhendo os cacos que a vida me reservara. Deixei de ser mulher, deixei de ser humana, deixei meu eu trancado no baú dos sentimentos que a vida se negava a me oferecer... E decidi virar vazia, vazia de amor!!!
Assinar:
Postagens (Atom)