Tô aqui, parecendo vaca em trabalho de parto, desvairada, soltando baforadas de narinas abertas. Tô aqui ventando mais que final de tarde de verão, mais que bater asas de borboleta. Sei que estou aqui, mas não estou...pensamento voa pelos córregos de minha terra, necessitado do silêncio do canto das águas, necessitado do barro pisado, necessitado do frio que aquece noites minhas. Tento prender pensamento, mas ele é livre, rebelde, traiçoeiro-aventureiro no corpo que carrego. Tô aqui, mas a invisibilidade das vozes sussurrantes se impregnaram, misturam cérebro meu e me consomem. Saio à janela, necessito olhar montanhas, mas elas não se ascenderam...será que brigaram com lua? Olho o céu, à leste uma luz caminha apressada, sorrindo pra mim. Tento apagar embaçado que meu olhar sempre encontra, aperto olhos, aperto...mas luz dá adeus e segue infinito, sorrindo de mim...
Nenhum comentário:
Postar um comentário