Um espaço onde posso deixar correr sangue mineiro...onde posso falar carregada de caboclagem...Um espaço onde montanhas, cachoeiras ,chão de terra e gosto de café torrado irão se misturar às palavras
Elisa di Minas

domingo, junho 03, 2012
Fantasmas
Hoje minha noite está fantasmagórica. Sem saber se é influência da lua, eu tô aqui no meu quintal, utilizando somente a luz natural do mundo, com olhar voltado para cemitério, talvez buscando entender os fantasmas que me assombram. Fantasmas da discórdia, da ignorância, da dúvida, do desequilibrio, da traição. Fantasmas deformados e indecifráveis, apagados, embaçados. Não sei a quem pertence cada imagem que dança frente meu olhar e desequilibra minha alma. Chicória late no portão...uiva...um calafrio percorre meu corpo e gela minha alma.Olho as estrelas numa tênue tentativa de reequilibrar, mas nâo consigo. Amanhã o dia será mais dificil que essa noite, não sinto sono nem desejo de entrar...a vida me oferece mais fantasmas que os que encontro na solidão desse momento...sinto um desejo infantil de sair andando, sem rumo e sem meta, sem fim...respiro fundo e percebo que meu coração não mais acredita nos sonhos que carregava...
segunda-feira, maio 28, 2012
"" Alguém me falou que eu tenho que ser MAIS PROFISSIONAL e MENOS EMOCIONAL...e eu voltei pra casa pensando muito sobre isso. Nesse pensar acabei analisando meus últimos conturbados anos de trabalho e busquei imaginar como seriam sem a emoção...e foi aí que percebi que deveria ter mandado o alguém ir catar coquinho no asfalto, ou ver se eu estava na esquina, ou ir a puta que pariu, porque meu trabalho não existe sem emoção, porque ele não existe sem amor. Eu olho nos olhos de cada aluno, eu os abraço nas dores que a vida lhes oferece, eu sorrio e comemoro as vitórias, eu engulo as lágrimas na tentativa de amenizar as derrotas que eles vivem...e ele me fala pra ser menos emocional? E pensei mais ainda, pensei na interessante maneira de olhar desse alguém que um dia elogiou e positivou MEU EMOCIONAL agarrado no PROFISSIONAL, porque naquela situação lhe convinha, porque naquela situação lhe era favorável...e sorri com essa minha boca torta, de dentes vazia...e sorri na percepção de que meu herói não passa de um homem comum, assim como tantos outros, assim normal, assim sem nada a acrescentar, só um ideologismo comprado numa loja de 1,99, um ideologismo que se quebrou frente a minha babaca e irritante mania de acreditar em sonhos e seres sonhadores...e eu caminho tropeçando, escorregando, caindo, levantando...tudo por culpa dessa emoção que faço questão de carregar. Escrito por Elisa di Minas numa triste noite em que perdeu seu herói."
quinta-feira, maio 24, 2012
Uma fria e desleixada tarde, de sol e frio, de vinho e solidão. As montanhas me olham e desprezam semblante que busca
se acostumar com o nada. Nada faço, nada penso, nada sinto. Um estouro de vida eclode e meus pensamentos e sentimentos despertam, me lembram existir de Gildes Bezerra e sua decepção com as mentiras do Saci. Me lembram Drummond e suas pedras no caminho. Me lembram Giovanni Guimarães e suas Folias de Reis. Me lembram Tarsila e suas cores, Adelia Prado e seu coração disparado,Diva Cunha e seu coração de lata. Me lembram meu existir vago, insignificante. Me lembram que estômago vazio pede virado de ovo com cebola, saboreado com café fresco e leite tirado da teta.Montanha se foi, mergulho face num prato vazio.
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